O Governo do Estado lançou nesta quinta-feira (27), às 10h, o Plano de Ação de Combate ao Desmatamento Ilegal e Incêndios Florestais para 2025. O lançamento foi feito o Palácio Paiaguás e, na ocasião, o governador assinou o decreto que estabelece o período proibitivo de queimadas e a declaração de emergência ambiental.
O plano de ação tem o objetivo de fortalecer ações de monitoramento, fiscalização, prevenção e combate aos incêndios florestais e ao desmatamento ilegal.
Entre as medidas previstas, estão o aprimoramento da responsabilização de infratores, a proteção da fauna e a ampliação da comunicação sobre práticas sustentáveis.
Medidas estratégicas
O planejamento foi elaborado pelo Comitê Estratégico para Combate ao Desmatamento Ilegal, Exploração Florestal Ilegal e Incêndios Florestais e prevê a integração de esforços para a proteção do Pantanal, além da estruturação do maior hospital veterinário da América do Sul, voltado ao atendimento de animais silvestres afetados pelos incêndios.
Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros, Flávio Gledson, os ciclos de fiscalização já estão em andamento. Dados preliminares apontam que 27,5% dos incêndios registrados em 2024 ocorreram em terras indígenas.
Das 86 aldeias existentes no estado, apenas nove possuem recursos específicos para prevenção e combate ao fogo, evidenciando a necessidade de ampliação do suporte a essas comunidades.
Diretrizes para 2025
O plano estabelece prioridades regionais com base em um estudo detalhado dos municípios com maior incidência de queimadas nos últimos dez anos. Com isso, serão identificadas as unidades de conservação estaduais mais vulneráveis, permitindo o direcionamento de ações preventivas e de combate.
Entre as estratégias para 2025, destacam-se:
- Levantamento de municípios prioritários: análise dos territórios mais impactados pelas queimadas para definição de áreas estratégicas de atuação;
- Parcerias institucionais: ampliação da cooperação entre órgãos públicos, sociedade civil e iniciativa privada;
- Estudo das Unidades de Conservação prioritárias: identificação das áreas mais sensíveis para ações antecipadas;
- Implementação de Infraestruturas de Resposta Tática (ITRs): estruturação de bases operacionais para combate ágil e eficiente aos incêndios florestais.
Investimentos
Desde 2019, o estado já investiu mais de R$ 500 milhões em ações voltadas à preservação ambiental e ao fortalecimento das políticas de combate ao desmatamento ilegal e incêndios florestais. Para 2025, a previsão é de que sejam investidos R$ 125 milhões.
O lançamento do Plano de Ação reforça o compromisso do Governo de Mato Grosso com a sustentabilidade e a proteção dos ecossistemas, priorizando iniciativas que garantam a preservação ambiental e a segurança das populações afetadas pelos incêndios e pelo desmatamento florestais no estado.
Com base nos dados do BDQueimadas, Mato Grosso registrou um total de 1.737.851 focos de calor entre janeiro de 2024 e janeiro de 2025. As cidades que se destacaram com o maior número de ocorrências foram:
- Cáceres
- Colniza
- Barão de Melgaço
- Poconé
Segundo o estudo, 18 milhões de hectares da Amazônia e 2 milhões de hectares do Pantanal foram atingidos pelo fogo no ano passado.
Cobrança do STF
O combate ao desmatamento e aos incêndios florestais se tornou uma cobrança frequente do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino. Ele tem cobrado não apenas de Mato Grosso, mas de todos os estados com índices históricos.
Além da cobrança aos estados, o ministro Dino também determinou que a União apresente um plano institucional para o combate aos incêndios florestais, especialmente na Amazônia e no Pantanal, e que recupere a capacidade operacional do Prevfogo (Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais).
O ministro Dino justificou a urgência das medidas com base em dados recentes do MapBiomas, que apontam um aumento alarmante das queimadas em 2024.
-
Governo lança pacto que prevê R$ 1,4 bilhão de investimento no Pantanal
-
Plantio de ipês homenageia 53 vítimas de feminicídio em MT