Quatro cidades de Mato Grosso aparecem no Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025 entre os 50 municípios brasileiros com as maiores taxas de estupro e estupro de vulnerável. Sorriso e Tangará da Serra ocupam, respectivamente, a 2ª e a 7ª posição no ranking nacional, que considera apenas cidades com mais de 100 mil habitantes.
Sorriso, no norte do estado, registrou taxa de 131,9 estupros para cada 100 mil habitantes em 2024, atrás apenas de Boa Vista (RR), que lidera a lista com 132,7. Apesar de ter deixado o primeiro lugar que ocupava em 2023, o município mato-grossense – conhecido como a Capital Nacional do Agronegócio – permanece entre os locais com os maiores índices de violência sexual do país.
Já Tangará da Serra deu um salto preocupante: passou da 45ª posição em 2023 para a 7ª em 2024, com uma taxa de 99,5 estupros por 100 mil habitantes – um aumento de 67,2% nos números absolutos em apenas um ano. O avanço coloca a cidade entre as dez mais críticas do Brasil nesse tipo de crime.
Além delas, Sinop ocupa a 20ª posição, com taxa de 81,5, enquanto Cuiabá aparece em 43º lugar, com 63,7. Todas registraram piora em relação ao levantamento anterior. O estudo não considera municípios com menos de 100 mil habitantes para evitar distorções estatísticas.
Os dados do anuário evidenciam a interiorização da violência sexual e apontam a necessidade de políticas públicas específicas para o enfrentamento do problema.
A presença expressiva de municípios de Mato Grosso entre os mais violentos do país nesse tipo de crime reforça a urgência de ações articuladas entre as áreas de segurança, saúde, educação e assistência social.
Além de Mato Grosso, estados como Rondônia, Pará e Paraná também figuram com diversas cidades no ranking. No caso rondoniense, três dos cinco municípios com maiores taxas de estupro do Brasil estão em seu território: Ariquemes, Vilhena e Porto Velho. A explosão dos casos em regiões da Amazônia Legal é atribuída, entre outros fatores, à expansão urbana desordenada, ausência de políticas de proteção e à presença de economias ilícitas, como o garimpo ilegal.
O levantamento é feito com base nos dados fornecidos pelas Secretarias Estaduais de Segurança Pública, e leva em consideração tanto os casos de estupro quanto os de estupro de vulnerável, como os cometidos contra crianças e adolescentes.
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