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Mês da Mulher começa com 17 casos de violência

No fim de semana pré-Carnaval, entre sexta-feira (28) e a madrugada desta segunda-feira (3) – início do mês de março, quando é celebrado o Dia da Mulher – mais de 17 casos de violência contra a mulher foram registrados em Mato Grosso.

Entre as ocorrências, duas foram tentativas de feminicídio, tendo como vítimas uma mulher grávida e uma idosa de 63 anos.

O padrão entre os casos impressiona: a maioria das agressões envolveu facas, enquanto os agressores também recorreram a socos, empurrões e ao uso de objetos como cadeiras e pedras para ferir as vítimas. Em alguns casos, a violência aconteceu na frente dos filhos dos casais.

O consumo de álcool esteve presente em grande parte dos 16 casos de violência registrados nos últimos dias. (Foto: Reprodução/ EBC)

Tentativas de feminicídio

Uma idosa de 63 anos, foi atacada com uma faca pelo marido, de 67 anos, no sábado (1º) em Cáceres, a 220 km de Cuiabá. O crime ocorreu às 21h30. Em seguida, o suspeito fugiu do local.

A mulher foi socorrida por uma equipe do Corpo de Bombeiros da cidade, e foi encaminhada ao Hospital Regional, onde passou por cirurgia. Não há informações sobre o estado de saúde da vítima.

Já na madrugada de domingo (2), em Nova Ubiratã, um homem tentou matar a companheira, de 25 anos, grávida.

Segundo relato da vítima à polícia, o crime aconteceu às 3h20, durante uma discussão. O homem chegou em casa bêbado, iniciou uma briga com a mulher e a agrediu fisicamente. Em seguida, ele pegou uma faca de cozinha e tentou golpeá-la na região do abdômen.

Ao se defender, a vítima foi atingida no braço esquerdo, sofrendo um corte profundo que precisou de sutura. Após a agressão, o suspeito fugiu antes da chegada da polícia.

MULHER VIOLENCIA FEMINICIDO
Mato Grosso é o estado mais perigoso para mulheres, conforme dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública. (Foto: Bruno Rezende)

Os crimes de tentativa de feminicídio – que são caracterizados pela intenção de matar uma mulher por razões da condição de sexo feminino, ou seja, por violência doméstica e familiar, ou por menosprezo ou discriminação à condição de mulher – são investigados.

Crimes contra a mulher

O consumo de álcool esteve presente em grande parte dos 17 casos de violência registrados nos últimos três dias em Mato Grosso. As ocorrências foram registradas em 13 cidades:

  • Cuiabá (3 casos)
  • Várzea Grande (2 casos)
  • Cáceres
  • Novo São Joaquim
  • Barra do Garças
  • Rondonópolis
  • Querência
  • Nova Ubiratã
  • Santo Antônio do Leverger
  • Sinop
  • Novo Horizonte do Norte
  • Sapezal
  • Guarantã do Norte

A maioria das agressões ocorreu durante a madrugada, período que pode estar relacionado ao consumo de álcool e outras substâncias, os quais intensificam episódios de violência.

O padrão dos casos reforça a violência de gênero: a maior parte das vítimas é mulher, enquanto os agressores são predominantemente homens. A maioria dos casos envolve violência doméstica, com agressões físicas e verbais contra mulheres.

Além disso, em vários dos episódios, os suspeitos já tinham histórico de agressões e, em alguns casos, as vítimas possuíam medidas protetivas contra eles — o que evidencia a reincidência da violência.

Muitos dos agressores proferiram ameaças de morte contra as vítimas e a maioria dos crimes foram motivados por discussões e ciúmes.

Estado mais perigoso para mulheres

De acordo com o painel de dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública sobre violência no país, a violência doméstica é um problema gravíssimo em Mato Grosso.

Mato Grosso liderou a taxa de feminicídio no país em 2024, com o triste dado de 1,23 mortes a cada 100 mil habitantes. O índice nacional é 0,68 mortes.

Somente em 2024, 47 mulheres foram mortas no estado. Cuiabá, Sinop e Várzea Grande foram os municípios com maior número de vítimas com 4 mulheres mortas em cada um.

Este é o segundo ano consecutivo que Mato Grosso lidera o ranking de mortes por feminicídio. Em 2023, foram 46 mulheres mortas pro esse tipo de crime.

O estado também registrou um aumento alarmante de 65,5% nos atendimentos à Central de Enfrentamento da Violência Contra a Mulher (Ligue 180) em 2024. O que pode refletir tanto a intensificação da violência quanto uma maior confiança das vítimas em buscar ajuda.

O inimigo dorme ao lado

A casa da vítima continua sendo o local de maior incidência de violência, com 636 denúncias registradas nesse contexto.

Os dados revelam a maioria das vítimas (1.024 casos) são mulheres pretas e pardas, e os principais agressores são maridos, companheiros ou ex-companheiros.

A faixa etária mais afetada pela violência doméstica no estado é a de mulheres entre 40 e 44 anos, o que evidencia a necessidade de atenção especial a esse grupo.

Feminicídios

Regiane

Em 2025, já foram registrados quatro casos de feminicídios no estado. No dia 30 de janeiro uma mulher identificada como Regiane Alves da Silva, de 29 anos, foi morta a facadas pelo marido, Emival Antunes Barbosa, de 47 anos, em um bar de Confresa, a 1.160 km de Cuiabá.

A vítima foi morta na frente das duas filhas do casal, de três e oito anos de idade. Ele e Regiane eram casados há oito anos.

  1. Com criança no colo, mulher é morta a facadas por marido em bar de MT

Vitoria

No dia 15 de fevereiro, Vitoria Camily Carvalho Silva, de 22 anos, foi vítima de feminicídio em Várzea Grande, região metropolitana da capital, pelo ex-namorado Helder Lopes de Araújo.

O suspeito confessou o crime e disse que teria sido motivado pela vítima ter supostamente interrompido uma gravidez e por ele não aceitar o fim do relacionamento.

Numa tentativa de escapar das ameaças do ex-namorado, Vitória planejava sair do país. A irmã da vítima conta que há pouco mais de uma semana antes de ser morta, a jovem havia tirado o passaporte.

  1. Vítima de feminicídio planejava sair do país para fugir do ex-namorado

O crime aconteceu durante uma comemoração na casa da irmã de Vitoria, no bairro Cristo Rei, em Várzea Grande, quando Helder invadiu o local armado. Ele disparou quatro vezes contra a jovem, atingindo-a no tórax e na cabeça.

Em seguida, apontou a arma para a amiga da vítima e tentou atirar, mas a pistola falhou, possibilitando que a jovem escapasse com vida.

Vanusa

A agente de saúde Vanusa dos Santos, de 43 anos, foi encontrada morta dentro da casa em Nova Guarita, a 667 km de Cuiabá, na noite de 23 de fevereiro. No mesmo local, também foi encontrado o corpo de Walter Aparecido Silva, de 46 anos, ao lado de uma arma de fogo.

Segundo informações da Polícia Militar, o caso foi relatado pelo filho de Vanusa, que encontrou a mãe sem vida dentro de casa. O jovem denunciou o crime em estado de desespero, afirmando que o padrasto havia matado sua mãe.

  1. Filho encontra mãe, agente de saúde, morta pelo padrasto em Nova Guarita

Tainara

A jovem Tainara Raiane da Silva, 21 anos, morreu no dia 21 de feveiro, após ficar internada por 43 dias no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC). Ela teve o corpo incendiado pelo namorado, dia 9 de janeiro deste ano.

Segundo a Polícia Civil, Tainara foi atacada pelo namorado após uma suposta crise de ciúmes e teve o corpo incendiado por ele. O crime aconteceu na casa onde a vítima morava, em Nobres, a 151 km de Cuiabá.

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