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MG Motor aposta no elétrico, divulga 3 carros, prepara mais lançamentos e 70 lojas

Mesmo com 100 anos de história, é só o início. Essa foi a mensagem transmitida pela MG Motor no evento de lançamento da marca no Brasil, na noite de terça-feira (11), em um rooftop localizado em bairro nobre da capital paulista. O conceito carrega as características das duas nacionalidades que compõem a companhia, nascida no Reino Unido em 1924 e adquirida pela SAIC Motor, da China, em 2007. Reúne, portanto, a tradição britânica e a inovação chinesa.

É assim com o logotipo centenário mantido nos veículos de design moderno. Também está presente nos discursos cautelosos — no costumeiro step by step europeu —, mas com ações dinâmicas, típicas do estilo asiático. Funciona assim: enquanto os executivos pregavam pés no chão durante o evento, ao falar sobre a evolução dos negócios no País, na prática a montadora apresentou três modelos nesta semana (um esportivo, um SUV e um hatchback urbano), prepara mais lançamentos para o Salão do Automóvel de São Paulo, de 22 a 30 de novembro, prevê encerrar este ano com 24 concessionárias abertas em todas as capitais do Sudeste, Sul e Centro-Oeste, além do interior de São Paulo, e chegar a 70 unidades até o final de 2026 em todas as regiões.

O pé no acelerador – e não no chão – no mercado brasileiro tem muito fundamento no desempenho das vendas de automóveis elétricos no País, que vêm atraindo cada vez mais montadoras interessadas em instalar fábricas por aqui. Vale o adendo: por enquanto, os carros da MG Motor serão importados. Por enquanto, ressalte-se. É o que os executivos da marca têm dito – e repetiram na terça-feira.

MG Cyberster: cockpit imersivo com três telas e acabamentos em couro

Voltando aos números observados pela companhia sino-britânica para embasar sua estratégia em território verde-amarelo: de janeiro a outubro deste ano, foram comercializados 217.421 veículos eletrificados (elétricos e híbridos), segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). A quantidade é 59% maior do que a registrada no mesmo período do ano passado.

A BYD, montadora chinesa que tem apostado nesses veículos no Brasil, já é a sétima colocada em vendas, com 5,4% de market share do mercado total, apesar do pouco tempo de atuação em solo brasileiro. Neste ano, até outubro, comercializou 86.452 unidades. Os 100% elétricos somaram 45,5 mil, o que representa 75% da fatia desse nicho.

Nesse contexto, existe um problema (a dominância de uma empresa) e uma oportunidade (a falta de concorrência em um segmento ainda pouco pulverizado). É a velha questão: ver o copo meio cheio ou meio vazio.

“Na minha cultura – e acredito que na de vocês também – sempre fazemos a pergunta: o copo está meio cheio ou meio vazio? Para nós, ele está sempre meio cheio. Porque sabemos o que podemos fazer. E vamos fazer acontecer”, disse o eslovaco Jozef Kabañ, vice-presidente global de design da SAIC Motor.

O projetista, prestes a completar 33 anos de carreira, assinou o visual do Bugatti Veyron, além de modelos como o Volkswagen Lupo, o Škoda Octavia e o Seat Arosa. Em três décadas de carreira, também passou por Audi, BMW e Rolls-Royce.

Frederico Geraldino, diretor de desenvolvimento de rede da MG Motor Brasil
Frederico Geraldino, diretor de desenvolvimento de rede no Brasil

Um time experiente

Kabañ é um dos profissionais com vasta experiência contratados pela companhia sino-britânica para conquistar mercados mundo afora. No Brasil, o time é comandado pelo chinês Gang Wu, CEO da MG Motor para a América do Sul.

Em seguida vem uma equipe de brasileiros experientes, formada principalmente pelo trio: Frederico Geraldino, diretor de desenvolvimento de rede da MG Motor Brasil, com passagens por Volkswagen, Ford, Hyundai, Fiat e Jeep; Flavio Guzmán, diretor de marketing (ex-GWM, Mercedes-Benz e Honda); e Fabio Klemenc, diretor de vendas (ex-Nissan, GM e Mahle).

São eles que vão ditar o ritmo dos negócios no País — preferencialmente, na velocidade do modelo MG Cyberster, com seus 510 cv de potência, que acelera de 0 a 100 km/h em 3,2 segundos.

Mas o importante, de acordo com os executivos, é a cadência, com ganho de mercado passo a passo. Até chegar a volumes consideráveis, como mostra a performance global da MG Motor no ano passado. Em 2024, a montadora comercializou 4,6 milhões de unidades no mundo – quase 1,1 milhão fora da China. É mais do que o dobro dos 1,95 milhão de automóveis vendidos no Brasil no mesmo período.

“Para iniciar nossa operação aqui, realizamos diversos estudos sobre o comportamento do consumidor brasileiro. Identificamos um grande interesse por veículos elétricos, um mercado com enorme potencial de crescimento”, disse Frederico Geraldino.

“A nossa chegada ao Brasil representa um compromisso de longo prazo com todos os consumidores brasileiros e com o futuro da mobilidade. Não é uma aposta de curto prazo, é o início de uma relação duradoura”, afirmou o diretor.

Ele citou ainda um relatório da McKinsey & Company que indica que os carros elétricos devem representar um terço das vendas de veículos no País até 2035. “Além disso, o Brasil é um país de early adopters. Estamos aqui para ficar, para inovar e para fazer história juntos.”

Os veículos da MG Motor chegarão da China pelo Porto de Vitória (ES). A logística de distribuição para as concessionárias será feita pelo Grupo Sada, que levará os carros até Cariacica e, de lá, para a rede, que contará com parceria de 12 grupos atuantes no mercado nacional. As peças, por sua vez, serão encaminhadas para o centro de distribuição em Cajamar (SP).

MG S5 é um SUV com motor elétrico de 305 cv de potência e tração traseira
MG S5, SUV com motor elétrico de 305 cv de potência e tração traseira

Uma operação desafiadora, mas que contará com a expertise da montadora em outros países da América Latina. A partir do Chile, onde está desde 2016, a companhia coordena as atividades em diversos países da região — exceto o Brasil, que possui comando próprio desde o início do ano, com escritório em São Paulo.

Carros com design diferenciado e tecnologia embarcada

Entre os três modelos apresentados até o momento pela montadora sino-britânica está o MG Cyberster, roadster 100% elétrico, símbolo do legado esportivo da marca. O conversível com capota elétrica — que abre em 10 segundos — tem destaque para as portas de estilo “tesoura”.

Oferece autonomia de 342 quilômetros (padrão Inmetro), freios de alto desempenho Brembo e tempo estimado de recarga de 38 minutos, de 10% a 80% (com carregamento rápido de 150 kW). No interior, traz um cockpit imersivo com três telas, painel de comando digital e acabamentos em couro. Preço promocional de lançamento: R$ 499.800,00.

Já o MG S5 é um SUV com motor elétrico de 305 cv de potência e tração traseira. A autonomia é de 351 quilômetros (padrão Inmetro) e o carregamento rápido vai de 10% a 80% em 26 minutos. Sete airbags, abertura do porta-malas sem toque e teto solar panorâmico completam o pacote. Preço promocional de lançamento: R$ 219.800,00.

E o MG4, um hatch elétrico urbano, teve seu interior inédito remodelado e apresentado pela primeira vez no Brasil — o que demonstra a importância do País na estratégia global da marca. A autonomia é de até 279 quilômetros (padrão Inmetro), com potência máxima de 435 cv e carregamento rápido que vai de 30% a 80% em 22 minutos. Acelera de 0 a 100 km/h em 3,8 segundos. Preço promocional de lançamento do MG4 XPower: R$ 224.800,00.

Todos os modelos possuem garantia de sete anos para o carro e oito anos para a bateria, conexão 4G embarcada e assistência 24 horas, ambas gratuitas por dois anos. Neste momento de chegada ao Brasil, os clientes ganham um wallbox residencial de 7 kW e um carregador portátil de 3,4 kW para uso no veículo.

Com esse portfólio inicial, que será ampliado nos próximos dias, a MG Motor quer conquistar o mercado brasileiro. Nas palavras do designer Jozef Kabañ, a companhia precisa saber “quem somos e por que estamos aqui”. “Como designer, eu sei: estamos aqui para dar valor à matéria. Dar alma àquilo que é apenas material.” Assim começa uma história que já tem 100 anos.

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