• Home
  • Política
  • MP pede cassação da prefeita de Pedra Preta por abuso de poder nas eleições

MP pede cassação da prefeita de Pedra Preta por abuso de poder nas eleições

O Ministério Público Eleitoral (MPE pediu à Justiça a cassação dos mandatos da prefeita de Pedra Preta, a 243 km de Cuiabá, Iraci Ferreira de Souza (PSDB), e do vice-prefeito, Lenildo Augusto da Silva (MDB), por acreditar que eles praticaram diversas condutas proibidas pela lei eleitoral.

Para o MPE, isso comprometeu a igualdade entre os candidatos e a lisura do processo eleitoral.

MPE aponta abuso político em eventos e contratações em Pedra Preta (Foto: Reprodução)

De acordo com o órgão, a prefeita utilizou recursos públicos para promover eventos de grande apelo popular, como a 37ª ExpoPedra, em pleno período proibido, com entrada gratuita e forte presença de propaganda institucional.

Além disso, realizou contratações temporárias de servidores, que extrapolaram os limites legais e, segundo o Ministério, tiveram “fins eleitorais”.

Para o MP, essas ações acabaram gerando uma vantagem indevida à chapa reeleita e prejudicaram os demais concorrentes, violando o princípio da igualdade de condições. Como destacou a decisão: “desequilibraram as forças do processo eleitoral”, criando uma situação de favorecimento injusto.

O Ministério Público também afirma que houve uma quebra da neutralidade que a administração pública deve ter em ano eleitoral.

Segundo a decisão, os atos praticados pelos representados acabaram “anulando o princípio da isonomia de oportunidades entre os candidatos” — ou seja, prejudicaram a competição justa, prevista na legislação.

Por conta disso, o MPE defende que a Justiça Eleitoral deve agir para preservar a legitimidade das eleições, ressaltando que a situação exige “intervenção judicial no sentido de restabelecer a lisura do pleito eleitoral”.

Shows com dinheiro público e promoção pessoal

O Ministério Público aponta que a prefeita destinou R$ 1.050.000,00 para a realização da ExpoPedra, sendo R$ 400 mil repassados diretamente ao Sindicato Rural de Pedra Preta, que, em contrapartida, garantiu a entrada gratuita ao público, conforme previsto na Lei Municipal nº 1.706/2024.

Além disso, foram gastos R$ 650 mil com o show da cantora Ana Castela.

O processo aponta que os candidatos associaram a própria imagem ao evento. Eles “apareceram ao lado de artistas, pediram votos e associaram suas imagens à realização dos shows”, inclusive por meio de publicações nas redes sociais.

Contratações irregulares

Outro ponto destacado pelo MPE foi a realização de contratações temporárias em período proibido, com pelo menos 40 contratações efetivadas, mesmo após a prefeita já ter sido condenada por prática semelhante em outro processo.

Para o Ministério, tais contratações não se enquadravam nas exceções permitidas por lei, pois não eram indispensáveis ou ligadas a serviços essenciais, como saúde ou segurança.

O MPE ressaltou que, embora Iraci tenha formalmente assinado as contratações, “os efeitos eleitorais dessas ações também beneficiaram diretamente o candidato a vice-prefeito Lenildo, seu companheiro de chapa”, que, segundo o Ministério, deve ser responsabilizado solidariamente.

A coligação “O Futuro em Nossas Mãos” e o Partido Republicanos, autores da ação, reforçaram esses argumentos, afirmando que a prefeita Iraci também havia gastado, meses antes, cerca de R$ 890 mil com artistas na realização da 25ª Mika Preta, igualmente com entrada gratuita e ampla promoção pessoal, reafirmou que há provas suficientes de que as condutas desequilibraram a disputa eleitoral, ferindo o princípio da igualdade entre os candidatos.

Defesa nega irregularidades

Na defesa apresentada, Iraci e Lenildo negam que tenham cometido qualquer infração. Alegam que os eventos são tradicionais, com interesse público, e que a destinação de recursos foi feita de maneira legal e transparente.

Sobre o apoio institucional, disseram que “as faixas contendo as inscrições ‘Prefeitura Municipal’ e ‘Câmara Municipal’ foram confeccionadas pela comissão organizadora do evento, sem consulta ou envolvimento dos candidatos”.

Eles também justificaram que as contratações temporárias obedeceram à legislação e foram necessárias para garantir o funcionamento de serviços públicos essenciais.

  1. Entenda por que 27 municípios de MT fazem aniversário em 13 de maio

Clique aqui para acessar a Fonte da Notícia

VEJA MAIS

Polícia Civil de Mato Grosso alerta para golpe de extorsão com uso do nome de facções criminosas

Polícia Civil de Mato Grosso alerta para golpe de extorsão com uso do nome de…

Quanto custa os ingressos para o show do Guns N’ Roses em Cuiabá?

Quanto custa os ingressos para o show do Guns N’ Roses em Cuiabá? – CenárioMT…

Mulher é presa após invadir casa do ex e esfaqueá-lo em Confresa (MT)

Mulher é presa após invadir casa do ex e esfaqueá-lo em Confresa (MT) – CenárioMT…