O ex-ministro da Agricultura Neri Geller defendeu que o Brasil precisa reencontrar o caminho do equilíbrio político nas eleições de 2026. Em entrevista ao podcast Política de Primeira, do Portal Primeira Página, ele criticou a polarização entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmando que o país “não aguenta mais viver em guerra política permanente”.
Geller critica idolatria política: “Nem Lula, nem Bolsonaro — equilíbrio”. (Foto: Primeira Página)
“Nem Lula, nem Bolsonaro. O Brasil precisa de um presidente que brigue menos e trabalhe mais”, afirmou Geller. “O país precisa de alguém que pacifique, que saiba governar e olhar pra frente”.
Veja trecho no vídeo abaixo:
Geller disse que o radicalismo tomou conta do debate público e afastou o país das discussões realmente importantes, como o crescimento econômico, o emprego e o equilíbrio fiscal.
“O Brasil precisa baixar o tom. Já perdemos tempo demais com brigas. É hora de governar com serenidade e bom senso”, declarou.
O ex-ministro defendeu a construção de uma alternativa de centro, capaz de unir setores da sociedade que não se identificam com os extremos ideológicos.
“Tem muita gente que não quer mais saber dessa guerra. A sociedade está cansada. Precisamos de um projeto de país, e não de vaidades políticas”, disse.
Contra a anistia aos condenados de 8 de janeiro
Neri Geller também se posicionou contra a anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas em Brasília. Para ele, os responsáveis pelos ataques à democracia devem ser punidos dentro da lei.
“Sou contra a anistia. O que aconteceu foi grave demais para passar pano”, afirmou. “A gente pode discutir revisão de penas, porque pode ter gente que exagerou na hora de julgar, mas anistiar é rasgar a Constituição.”
Segundo o ex-ministro, a democracia deve ser defendida com firmeza, mas sem cair em perseguições ou em discursos de revanche. “Temos que defender as instituições sem ódio. Justiça se faz com equilíbrio, não com revanchismo”, completou.
Críticas ao Judiciário
Durante a entrevista, Geller também criticou a postura de alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente Alexandre de Moraes, a quem chamou de “popstar”.
“O Judiciário precisa de limites. O ministro Alexandre teve méritos, mas acabou virando popstar. Juiz não é político, é julgador. E quando a toga entra na disputa, a sociedade perde a confiança”, afirmou.
Olhar para 2026
Ao projetar o cenário eleitoral de 2026, Neri Geller disse que o país precisa de novas lideranças, comprometidas com a reconstrução de pontes e a retomada do diálogo.
“O próximo presidente tem que unir o país. Não dá pra governar com base em inimigos. O Brasil é maior do que Lula e Bolsonaro.”
O ex-ministro afirmou que seguirá atuando politicamente e defendeu uma agenda pragmática, com foco em estabilidade e responsabilidade institucional.
“A democracia é feita de freios e contrapesos. Quando um poder avança demais, desequilibra tudo. Precisamos voltar ao centro, à razão e ao diálogo”, destacou.
Assista o episódio na integra:
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