O vice-prefeito de Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá, Tião da Zaeli (PL), quer dar novo destino à estrutura abandonada do que era para ser o terminal do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), em frente ao Aeroporto Marechal Rondon. A proposta é transformar o esqueleto da obra em um hospital, feira livre, mercado municipal ou sede para alguma secretaria.
Tião aproveitou a visita do governador Mauro Mendes (União) ao Pronto-Socorro Municipal de Várzea Grande, na quarta-feira (9), para sugerir uma ida conjunta ao local da antiga estação. A unidade de saúde foi uma das afetadas pelas fortes chuvas que atingiram a cidade.
Segundo a prefeitura, o governador não pôde atender ao convite naquele momento por conta de outro compromisso. A visita à área do VLT ainda não foi oficializada, mas a expectativa é de que o assunto volte à pauta nas próximas agendas conjuntas.
A obra é de responsabilidade do Governo do Estado e, por isso, é preciso que o Executivo autorize o que pode ser feito na área.
“O antigo terminal, onde poderia ser o VLT, é uma estrutura grande, uma estrutura que pode ser aproveitada tanto por uma questão de hospital, uma feira ou um mercado municipal. A ideia principal é levar alguma secretaria e até um mercado municipal”, disse o vice-prefeito.
Atualmente, a estação está abandonada e servindo para depósito de lixo e abrigo de moradores em situação de rua. Além disso, parte da estrutura construída tem sido vandalizada.
Segundo Tião da Zaeli, o local não será reaproveitado na implantação do BRT.
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Obras do VLT
As obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Cuiabá e Várzea Grande, iniciadas em 2012 com o objetivo de melhorar a mobilidade urbana para a Copa do Mundo de 2014, tornaram-se um dos maiores símbolos de desperdício de recursos públicos no Brasil.
Com um investimento de aproximadamente R$ 1,06 bilhão em verbas federais, o projeto previa 22,2 km de extensão e 32 estações, mas foi interrompido em 2015 devido a suspeitas de fraudes licitatórias e inviabilidade técnica. E, em 2022, o governo estadual optou por substituir o VLT pelo sistema de Bus Rapid Transit (BRT), iniciando o desmonte da estrutura existente.
Em 2024, o governador Mauro Mendes oficializou a venda dos vagões que tinham sido comprados ao governo da Bahia por R$ 793,7 milhões e pôs fim à novela.
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As obras o BRT também começaram, mas o consórcio responsável pelo trabalho não conseguiu entregar no prazo. Após embates, o governador encerrou o contrato com a empresa que, agora, deve apenas concluir as obras nos trechos que estavam em andamento.
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