Operação mira advogado, empresários e casal suspeito de chefiar esquema de tráfico em MT

Mandados de prisão, buscas, apreensões e sequestros de bens marcaram estão sendo cumpridos na manhã desta quarta-feira (16), no âmbito da Operação Heresia, deflagrada pela Polícia Civil de Mato Grosso. A ação visa desarticular de um esquema criminoso de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro com atuação em várias cidades do estado, incluindo Alta Floresta, Carlinda, Sinop e Cuiabá.

Um dos principais investigados é um advogado residente em um condomínio de luxo em Sinop, já condenado anteriormente por associação criminosa. Na cidade, foram apreendidos com ele bens de alto valor, como joias e dois veículos de luxo. Em Alta Floresta, um casal foi preso em flagrante com porções e embalagens de cocaína.

No total, estão sendo cumpridos um mandado de prisão preventiva, 14 de busca e apreensão, 11 intimações para monitoramento eletrônico e quatro ordens judiciais de bloqueio de bens e contas bancárias, com bloqueios de até R$ 2 milhões por alvo principal.

Além disso, uma empresa de eletrônicos localizada em Cuiabá foi alvo de medida de suspensão das atividades, sob suspeita de ser usada como fachada para lavagem de dinheiro.

O local, conforme constatado pela polícia, operava sem controle fiscal ou contábil. A loja foi lacrada pela Secretaria Municipal de Ordem Pública.

A operação revelou a estrutura de uma organização criminosa dividida em núcleos operacional, financeiro e jurídico, com movimentações bancárias milionárias, uso de empresas fantasmas e depósitos pulverizados.

A investigação apontou ainda um sofisticado sistema de contabilidade do tráfico, articulado para dificultar o rastreamento do dinheiro ilícito.

As ordens judiciais foram expedidas por diferentes instâncias. Os mandados de Alta Floresta foram autorizados pela 4ª Vara Criminal local, enquanto as medidas voltadas ao núcleo jurídico-financeiro foram autorizadas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), de Cuiabá, com atuação do Gaeco-MT (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

A ação foi coordenada pelo delegado André Victor de Oliveira Leite e contou com a participação de cerca de 40 policiais civis de unidades de várias regiões do estado, incluindo Alta Floresta, Sinop, Sorriso, Colíder, Paranaíta, Apiacás, Nova Bandeirantes e a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DENARC), da capital.

O nome da operação, “Heresia”, foi escolhido para simbolizar a ruptura dos investigados com os valores da legalidade, optando por caminhos à margem da ordem jurídica e social. A ação representa mais uma ofensiva contra o crime organizado em Mato Grosso, com foco na descapitalização de facções e interrupção do fluxo financeiro do tráfico de entorpecentes.