O Governo de Mato Grosso do Sul apresentou o orçamento de 2026, que desta vez teve o menor crescimento dos últimos 10 anos, ficando abaixo da inflação.
O projeto de lei foi encaminhado pelo Poder Executivo, prevê para o próximo ano R$ 27,1 bilhões, o que representa 2,98% a mais em relação ao orçamento deste ano, fechado em R$ 26,4 bilhões.
O reajuste ficou abaixo da inflação acumulada nos últimos 12 meses, que é de 5,17%. Para efeito de comparação, nos últimos 10 anos, o crescimento do orçamento chegou a 15%. Em 2023, beirou os 20%.
Para a base do governo na Assembleia Legislativa, o crescimento tímido já era esperado.
“O governo adotou justamente para que os investimentos sejam preservados a redução do custeio. Então nós temos aí, já adotado desde esse ano que o governo vai continuar no ano que vem, um controle das despesas do custeio da máquina. Porque se você reduzir o custeio da máquina, você pode continuar preservando os investimentos que são fundamentais, e quando eu falo investimentos, não só investimentos na área de infraestrutura, mas investimentos importantes que precisam e que serão feitos também na área da saúde”, disse o deputado estadual Paulo Duarte (PSB).
De forma contrária pensa a oposição do governo, que vê os números apresentado com bastante preocupação.
“A arrecadação abaixo da inflação nos preocupa bastante, porque nós vamos precisar garantir a sequência dos trabalhos do serviço público e não há educação de qualidade, não há atendimento na saúde, porque quando falta orçamento, falta também o remédio lá no posto de saúde, vai faltar médico, vai faltar estrutura na saúde e na segurança pública. Então quem sofre é a população. Nós vamos ter que analisar isso com bastante critério e fazer um bom debate com a sociedade”, afirmou a deputada estadual Gleice Jane (PT).
Na distribuição, a educação é quem receberá a maior fatia: R$ 3,3 bilhões, seguida pela saúde (R$ 2,6 bilhões) e segurança pública (R$ 2 bilhões).
Já o repasse para a manutenção dos poderes estaduais, conhecidos como duodécimo ficou estabelecido da seguinte forma:
- TJMS – R$ 1,4 bilhão;
- MPMS – R$ 767 milhões;
- Assembleia Legislativa – 567 milhões;
- TCE – 444 milhões;
- DPE – 367 milhões.
O projeto da lei orçamentária ainda passará pela Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia, na próxima quarta-feira (22), e será debatido e votado no plenário antes do recesso parlamentar.