Os contratos futuros de ouro subiram e ficaram próximos ao recorde visto na semana passada. O metal precioso está em território de sobrecompra, segundo David Morrison, da Trade Nation. O analista alerta que uma correção ou consolidação seria necessária para um novo rali sustentável no curto prazo.
Agora o mercado aguarda os dados do índice de preços dos gastos com consumo pessoal (índice de preços PCE), previstos para sexta-feira (28), que podem fornecer pistas sobre os próximos passos da política monetária do Federal Reserve (Fed).
O contrato de ouro para abril encerrou a sessão com alta de 0,34%, a US$ 3.025,9 por onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex). Na máxima intraday, o metal atingiu US$ 3.042,4 a onça-troy.
Na última semana, as apostas especulativas na alta do ouro aumentaram significativamente pela primeira vez em dois meses, segundo o Commerzbank. Paralelamente, os fundos de índice (ETFs) de ouro têm atraído grande interesse dos investidores.
O maior ETF do metal registrou entrada de recursos em oito dos últimos nove dias úteis até sexta-feira, adicionando mais de 20 toneladas métricas às suas reservas – o maior fluxo diário em um mês.
Na última segunda-feira (24), houve uma leve saída de capital, possivelmente impulsionada por dados econômicos dos EUA acima das expectativas, que reduziram as projeções de cortes de juros pelo Federal Reserve, segundo o Commerzbank. No entanto, o ouro já recuperou essas perdas desde então.
Os analistas da TD Securities destacam que o desempenho “extraordinário” do ouro este ano se deve a uma dinâmica incomum: fundos macroeconômicos e investidores buscando proteção cambial atuam de maneira inversa.
“Investidores tradicionais, como fundos macroeconômicos e detentores de ETFs, continuam subinvestidos no ouro nos últimos meses, o que, implica que o capital acumulado desses investidores deverá impulsionar o preço do ouro ainda mais para cima” no longo prazo.