A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram nesta quarta-feira (29) a Operação Imperium Messis, que apura um esquema de corrupção envolvendo servidores do Ministério da Agricultura e Pecuária e empresários do setor de exportações de alimentos. Ao todo, foram 11 mandados de busca e apreensão cumpridos nas cidades de Boa Vista e Cantá (Roraima) e Cuiabá (MT).
A Justiça também determinou o bloqueio e sequestro de bens e valores que somam R$ 1,8 milhão. A operação contou com 43 policiais federais e quatro auditores da CGU.
Esquema no Ministério da Agricultura
As investigações começaram a partir de uma denúncia anônima que apontava irregularidades na Superintendência do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em Roraima. O grupo suspeito teria transferido o processo de fiscalização de mercadorias destinadas à exportação para a Venezuela, que antes ocorria nas instalações da Receita Federal em Pacaraima, para uma empresa privada em Boa Vista — que atuava como entreposto aduaneiro.
De acordo com a CGU, há indícios de que servidores públicos recebiam pagamentos indevidos dessa empresa, por meio de intermediários e empresas de fachada, para favorecer operações de exportação. O esquema envolveria pagamento de propina, lavagem de dinheiro e fraudes administrativas, caracterizando os crimes de corrupção ativa, passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Impactos e risco ao comércio exterior
O esquema colocava em risco a credibilidade das fiscalizações sanitárias e aduaneiras brasileiras, especialmente nas exportações de alimentos. Segundo a CGU, a conduta dos investigados afetava diretamente a competitividade do setor, beneficiando empresas específicas e prejudicando a livre concorrência.
Em nota, a Controladoria afirmou que o combate a esse tipo de fraude “é essencial para restaurar a integridade e a confiança da sociedade nas instituições públicas”. A operação busca “garantir um ambiente de negócios justo, no qual o serviço público atue em prol do interesse coletivo e não de vantagens privadas”.
Denúncias e canal oficial
A CGU reforçou que denúncias sobre irregularidades semelhantes podem ser feitas, inclusive de forma anônima, por meio da plataforma Fala.BR, na opção “Operações CGU”.
A investigação ainda está em andamento, e os nomes dos alvos não foram divulgados oficialmente para não comprometer o sigilo das apurações.
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