Na busca de transformar o Morro da Luz no Jardim Botânico cuiabano, a Prefeitura dá inicio nesta quinta-feira (16), a primeira etapa de revitalização de um dos espaços mais simbólicos do Centro Histórico da capital mato-grossense. A ação, coordenada pela Secretaria Municipal de Planejamento Urbano, marca o início de um projeto que busca unir preservação ambiental, segurança e valorização do patrimônio cultural.
Nesta primeira fase, equipes do Horto Florestal realizam a identificação e retirada de árvores sem vida, utilizando tecnologia de georreferenciamento (GPS) para evitar o corte indevido de espécies saudáveis. O trabalho é parte de um processo mais amplo de limpeza, requalificação e recuperação da área verde.
Segundo o secretário municipal de Planejamento Urbano, José Afonso Portocarrero, o objetivo é resgatar o potencial natural e histórico do Morro da Luz, tornando-o um espaço mais seguro, acessível e atrativo à população.
Resgate de um sonho de 200 anos
O projeto ganha ainda mais significado por resgatar uma antiga aspiração histórica: a criação de um Jardim Botânico em Cuiabá, determinada há exatos 200 anos por uma carta do imperador Dom Pedro I, datada de 24 de setembro de 1825.
Segundo o secretário, os estudos técnicos para transformação do Morro da Luz tem o apoio Jardim Botânico do Rio de Janeiro. A ideia é que, após revitalizado, o espaço possa abrigar espécies únicas do Estado e se tornar um legado ambiental e cultural para as futuras gerações.

Valorização do Centro Histórico
Além da restauração ambiental, a revitalização do Morro da Luz faz parte de um plano de requalificação do Centro Histórico de Cuiabá, que busca integrar patrimônio natural e urbano. A proposta pretende devolver ao espaço o status de ponto de convivência e contemplação, fortalecendo o turismo, a educação ambiental e o sentimento de pertencimento da população cuiabana.
O Morro da Luz
O Morro da Luz, oficialmente denominado Parque Antônio Pires de Campos, foi tombado como patrimônio histórico municipal em 1983. O nome homenageia o filho do bandeirante Manoel de Campos Bicudo, um dos primeiros desbravadores da região. O local também ficou conhecido como Morro da Luz devido à instalação, em 1928, de uma subestação elétrica da Usina de Casca I, responsável pela distribuição de energia na área.
Além de seu valor histórico, o Morro da Luz possui grande importância ambiental, funcionando como um regulador natural do clima urbano — sua temperatura média é de 3 a 4 graus menor que a do centro da cidade, ajudando a amenizar as chamadas “ilhas de calor” da região da Prainha.

O parque também integra a formação cultural e popular de Cuiabá, com trilhas e praças batizadas em homenagem a personagens folclóricos e figuras conhecidas da cidade, como Maria Taquara, Zé Bolo Flor, Tufica, Michidinha, General Saco e João Cuíca, entre outros. Esses nomes preservam parte da memória afetiva e da identidade cuiabana, representando personagens que marcaram o cotidiano e o imaginário popular.
Em seu território, o Morro da Luz abriga uma rica diversidade vegetal, com espécies nativas e típicas do cerrado mato-grossense, como ipês (amarelo, roxo e branco), jatobá, gabiroba, jacarandá, bocaiúva, louro e jenipapo. Essa variedade reforça o valor ecológico do espaço, que combina natureza, história e cultura em um dos pontos mais emblemáticos de Cuiabá.
-
Abilio transforma IPDU em secretaria e anuncia troca no secretariado; 5ª mudança em 8 meses
-
Revitalização do Morro da Luz começa com mutirão de limpeza e acolhimento social
-
Megaoperação retira 30 toneladas de lixo do Morro da Luz em Cuiabá