O novo presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Max Russi (PSB), comentou sobre a polêmica em torno da bonificação de 50%, sobre o salário dos deputados, e a verba indenizatória de R$ 65 mil recebida mensalmente pelos parlamentares.
A declaração foi dada durante entrevista ao Papo das 7, do Bom Dia MT, da TV Centro América, nesta terça-feira (4).
Além do tema financeiro, Russi falou sobre suas prioridades na gestão, a relação com o Governo do Estado e a fiscalização de obras públicas.
Atualmente, os deputados estaduais de Mato Grosso recebem um salário de R$ 34.774,64, mas o montante pode ultrapassar os R$ 100 mil mensais quando somada a verba indenizatória de R$ 65 mil.
Além disso, os parlamentares que ocupam cargos de liderança na Casa passaram a receber um bônus de 50%, equivalente a R$ 17.387,32, aprovado no fim de 2024.
Russi argumentou que a bonificação é uma forma de reconhecer os parlamentares que dedicam um pouco mais do tempo em serviço à população mato-grossense.
“Essa é uma lei que já foi aprovada em outras assembleias. Os deputados têm uma função muito grande, visitam os municípios e tem uma série de prerrogativas que precisam atender ao povo de Mato Grosso. Isso que foi feito é uma forma (de reconhecer) aquele que se dedica um pouco mais do seu tempo e assume responsabilidades dentro das comissões, sempre prestando conta e dando resultado a população”, argumentou o deputado.
Russi ainda ressaltou que “se falarmos apenas das verbas, parece que o problema está aqui, mas a questão talvez devesse ser discutida em Brasília”, justificando que a Assembleia Legislativa abre mão de mais de R$ 200 milhões da receita para devolver ao Estado.
Para o novo presidente, essa é uma forma de valorizar e fortalecer o Legislativo, um “poder que faz parte da democracia”.
Diálogo com o prefeito de Cuiabá
Durante a entrevista, o presidente também falou sobre a relação entre a ALMT e a Prefeitura de Cuiabá, cobrando mais atuação do prefeito Abílio Brunini (PL).
“O prefeito precisa incorporar o perfil de gestor e trabalhar. Pela experiência que tive como prefeito, ele deve ser um grande gestor. Mas é preciso olhar de cima e colocar os secretários na ponta, trabalhando. Espero que ele venha fazer isso”, disse o deputado.
Ele ressaltou que a Assembleia está aberta para o diálogo e pode contribuir para o desenvolvimento da capital, mas afirmou que ainda não foi procurado pelo prefeito.
Obras do BRT
Outro tema abordado na entrevista foi a execução das obras do BRT em Cuiabá. Russi demonstrou preocupação com o andamento do projeto e destacou que o Legislativo tem um papel de fiscalização.
“Não está agradando ninguém. Temos uma Comissão de Infraestrutura e nosso papel é acompanhar. Sou receoso com rescisões contratuais, porque já vi obras que não se resolveram com rompimento de contrato. O Estado precisa chamar a empresa e garantir que a obra avance. Do jeito que está, é triste”, afirmou.
Russi também defendeu que Mato Grosso encontre uma solução definitiva para o sistema de transporte público.
-
Deputados aprovam bônus de 50% para “alto clero” da ALMT
-
Max Russi assume Mesa Diretora com promessa de tornar ALMT mais acessível
-
ALMT aprova redução de reserva legal no Cerrado