O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta quinta-feira (25) que ainda não há definição sobre a tramitação do projeto que trata da anistia aos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Segundo ele, a decisão de pautar ou não a proposta dependerá da percepção do “sentimento da Casa” após o relator, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), concluir a rodada de conversas com os líderes partidários.
“Preciso de um pouco mais de tempo para entender o clima da Câmara e avaliar se há condições de avançar com o texto”, declarou Motta em entrevista coletiva.
Relação com o Senado
O presidente da Câmara também foi questionado sobre o risco de a Casa enfrentar novo desgaste político ao aprovar um projeto impopular, como ocorreu com a PEC das Prerrogativas — rejeitada pelo Senado. Ele minimizou a possibilidade e defendeu a independência entre as duas Casas do Congresso.
“Cada Casa tem sua autonomia e protagonismo. O importante é manter o diálogo necessário para que Câmara e Senado interajam no interesse da população”, afirmou.
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Motta ainda disse que não tratou do tema da anistia diretamente com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), mas descartou qualquer atrito em razão da rejeição anterior. “A Câmara cumpriu seu papel, e o Senado entendeu que não deveria seguir. Não existe sentimento de traição”, reforçou.
Expectativa
A proposta de anistia segue em discussão nos bastidores, enquanto a Câmara avalia o apoio necessário para que o texto avance ao plenário. O futuro da matéria dependerá da articulação conduzida pelo relator e da leitura política da presidência da Casa sobre a receptividade entre as bancadas.
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