Um tribunal da China está promovendo um leilão inusitado: cerca de 100 toneladas de crocodilos vivos foram colocadas à venda por R$ 3,2 milhões. A condição? Quem arrematar precisa comparecer pessoalmente para capturar e transportar os animais — uma exigência que tem assustado possíveis compradores.
A venda, organizada pelo Tribunal Popular do Distrito de Nanshan, em Shenzhen, chamou atenção nas redes sociais pela ousadia logística. Estima-se que o lote reúna entre 200 e 500 crocodilos-siameses, cada um pesando entre 200 e 500 quilos. A espécie, altamente lucrativa na China, é usada para produção de couro, carne, tônicos medicinais, cosméticos e até vinho.
Apesar do valor inicial de 4 milhões de yuans (R$ 3,2 milhões), ninguém se inscreveu para participar até agora, embora mais de 4 mil pessoas já tenham acessado a página do leilão. E essa não é a primeira tentativa: em janeiro e fevereiro, leilões semelhantes também fracassaram.
Os crocodilos pertenciam à Guangdong Hongyi Crocodile Industry Company, fundada em 2005 por Mo Junrong — conhecido como “Deus dos Crocodilos” — e que chegou a movimentar mais de US$ 7 milhões em capital. Após o colapso financeiro da empresa, o tribunal chinês passou a tentar liquidar os ativos.
A plataforma utilizada para o leilão é a judicial do Alibaba. O edital informa que os interessados devem ter licença para criação artificial de vida aquática, além de instalações com capacidade logística para lidar com uma remessa dessa magnitude. Caso o comprador não cumpra os requisitos após o arremate, perderá um depósito de 300 mil yuans (R$ 240 mil).
Curiosamente, esse não é o primeiro leilão inusitado promovido por tribunais chineses. Em 2023, uma garrafa de refrigerante Sprite foi leiloada por menos de cinco reais como parte da liquidação de bens de outro milionário falido. O que parecia piada judicial virou tendência — e agora envolve centenas de répteis.
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