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Senador de MS explica missão aos EUA para tentar “bandeira branca” nos impostos

Buscando uma forma de equilibrar os ânimos entre Brasil e Estados Unidos, um grupo de oito parlamentares brasileiros embarca para os EUA (Estados Unidos da América), na semana que vem, com a intenção de negociar tarifas impostas por Donald Trump contra o Brasil. O senador de Mato Grosso do Sul, Nelsinho Trad (PSD), lidera a missão.

Nelsinho Trad vai presidir a missão aos EUA para tentar negociação de impostos (Foto: Edimar Melo/TV Morena)

À reportagem, o parlamentar ressaltou que tentará fazer com que “um pouco do branco da bandeira possa ser hasteado”.

“Nós, parlamentares, não temos essa prerrogativa de negociar, mas nós temos o dever de dialogar, e isso nós vamos fazer. Nós vamos levar dados técnicos que demonstram que três estados americanos detêm 41% das importações brasileiras, que nós, na balança comercial entre Brasil e Estados Unidos, ela é amplamente favorável para os Estados Unidos”, destacou.

O senador se mostrou, ainda, bastante otimista, uma vez que o Brasil já ajudou os senadores norte-americanos em outras ocasiões, quando foi necessário.

“O que a gente espera agora, é que eles também nos recebam com a educação e com a diplomacia parlamentar, porque isso é universal. Por mais que você não fale a mesma língua que eles, você sendo presidente de uma comissão de relações exteriores, indo conversar com a sua contraparte americana, o mínimo que se espera é que ele te receba no gabinete e abra um canal de diálogo, que é o que nós estamos buscando”, frisou.

Com a viagem, Trad explica que o objetivo principal é abrir um canal de diálogo entre os países, devido ao conflito criado entre os governos. Além dele, Tereza Cristina, do PP, também representará Mato Grosso do Sul na comissão.

“O principal objetivo dos senadores e dos Estados Unidos, é abrir um canal de diálogo sensato, equilibrado, sereno, para que quem tem o poder de negociar, que é o governo brasileiro, possa sentar no governo americano e fazer com que essa história possa ser conseguida passando. Eu tenho essa esperança, porque tem precedentes nesse sentido. As consequências tardias para medidas como essa, elas vão ser sentidas, infelizmente, pela sociedade brasileira. Com inflação, com aumento de dólar, com desemprego, com aquilo que a gente já viu acontecer lá atrás e que não quer mais que venha acontecer aqui agora”, finalizou.

Impactos em Mato Grosso do Sul

Por ser um estado produtor, Mato Grosso do Sul pode ser um dos mais impactados com o aumento das tarifas em 50%. Um dos exemplos é a citricultura, que tem ganhado mais espaço na região, onde produtores já iniciaram investimentos para exportação da laranja e do suco de fruta aos Estados Unidos. 

Entre eles está o citricultor Cleber Cordazzo, que iniciou a plantação em março deste ano e espera, em dois anos, colher os frutos plantados em 65 hectares.

laranja
Plantação de laranja em uma fazenda de Mato Grosso do Sul (Foto: arquivo/TV Morena)

“A gente fica apreensivo porque não sabe o que vai acontecer. O que me deixa mais otimista, é que o Brasil, hoje, é o maior produtor de laranja do mundo. […] Hoje, praticamente, 80% do suco brasileiro é importado para os EUA. Eu acredito que logo logo isso vai passar e as exportações devam voltar. Se caso não voltarem, o Brasil deve buscar uma solução para exportar esse fruto ou suco”, explicou.

Para o economista Ricardo Buso, o governo de Mato Grosso do Sul vem dando um passo importante no sentido de diversificar a economia, aproveitando os problemas enfrentados por produtores de São Paulo na produção da laranja. 

“Nós já temos, não necessariamente plantados, mas já direcionados, cerca de 30 mil hectares para citricultura em MS. Ainda é pequeno perto de São Paulo, que tem cerca de 465 mil, mas é um começo importante”, disse. 

Além dos incentivos fiscais, o governo sul-mato-grossense tem reforçado a fiscalização no território para evitar a propagação do “Greenman”, ou conhecido como amarelão, doença bacteriana que devasta plantações de laranjas e frutas cítricas no mundo. 

“Não pode nem transportar a murta no estado de MS, pois é o hospedeiro do inseto que traz o greenman. Tudo isso faz de Mato Grosso do Sul um novo cinturão da citricultura. Bem na hora que o estado está se aquecendo, vem esse choque das exportações. Para o setor, os EUA compram cerca de 42% de exportação de suco de laranja. Com a taxação de 50%, cerca de 90% dessas transações não se concretizam com os Estados Unidos”, afirmou

Dessa forma, para o especialista, o setor será um dos mais importantes na negociação das taxas impostas, devido à importância do produto no país americano. 

Tarifas americanas pressionam câmbio e exportadores

No dia 9 de julho, Trump anunciou taxa de 50% sobre produtos brasileiros, medida que deve entrar em vigor em 1º de agosto. Exportadores de mel orgânico, pescados, café, carne bovina e suco de laranja relatam embarques antecipados na tentativa de driblar o aumento.

A elevação do dólar agrava a inflação local e aumenta o custo da importação de insumos. Se a moeda americana permanecer em alta, projeta-se manutenção dos juros brasileiros no patamar de 15% ao ano — nível mais elevado em quase duas décadas — o que freia o crescimento econômico e pode levar o país à recessão, adverte o economista Robson Gonçalves, da FGV.

Brasil articula resposta

No dia de 13, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu ministros e o presidente do Banco Central no Palácio da Alvorada para traçar uma estratégia de reação ao “tarifaço”. Seria criado um comitê de empresários para avaliar medidas e negociar com Washington.

Tensão global de tarifas

Além do Brasil, a UE e o México enfrentam alíquotas de 30%, enquanto a Rússia pode sofrer “tarifas severas” de até 100% caso não avance na negociação de paz com a Ucrânia em 50 dias. A expectativa de agravamento do protecionismo reacende temores de inflação global e pressiona o Fed a manter juros altos, o que tende a fortalecer o dólar frente a outras moedas.

Prévia do PIB em queda

No front doméstico, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, registrou queda de 0,7% em junho — a primeira retração do ano — reforçando a percepção de arrefecimento da atividade econômica.

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