A Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso reuniu-se com representantes da indústria madeireira para tratar da adaptação às novas normas do manejo florestal sustentável estabelecidas pela Instrução Normativa nº 05/2025, do Ibama. O encontro ocorreu em Sinop e contou com a presença de mais de 60 empresários do setor.
As novas diretrizes, publicadas em 4 de abril, impactam diretamente a extração de espécies florestais da Amazônia incluídas na lista da CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção). Espécies como ipê, cumaru e cedro, quando apresentarem baixa densidade nas áreas de manejo – inferior a cinco árvores por 100 hectares com DAP mínimo de 20 cm – não poderão ser exploradas, segundo o novo regramento.
Apesar de ainda apresentar obstáculos, principalmente no que diz respeito à exportação, a nova instrução normativa foi considerada um avanço em relação à versão anterior, de novembro de 2024. A pasta estadual destacou que as mudanças permitem maior clareza na condução dos processos de manejo dentro das normas federais, especialmente em um estado que lidera a produção de madeira nativa no Brasil.
Durante o encontro, a Secretaria reafirmou seu compromisso em apoiar o setor, destacando a atuação constante junto ao órgão federal para aperfeiçoar as regras. Representantes da indústria madeireira também reconheceram o esforço do governo estadual em buscar soluções que fortaleçam a legalidade e a sustentabilidade da cadeia produtiva.
Atualmente, a Sema possui 252 projetos de manejo aptos e 270 em fase de análise. A mudança na legislação federal, conforme apontado, gerou atrasos nas aprovações durante o primeiro trimestre de 2025. Com a nova regulamentação em vigor, será realizado um levantamento interno para identificar os pontos que exigem ajustes, com o objetivo de acelerar a liberação dos projetos.
Ficou acordado que os sindicatos orientarão seus associados a atualizarem seus processos de acordo com as exigências da IN 05/2025, enquanto a Sema montará uma força-tarefa para agilizar as análises dos projetos revisados.
A pasta ambiental também reforçou a importância da produção de dados qualitativos que comprovem o avanço da legalidade no setor florestal. A intenção é corrigir falhas operacionais que ainda constam nos registros e que podem gerar interpretações equivocadas sobre a legalidade das atividades.