A ouvidora da CPI do Transporte Coletivo da Câmara Municipal de Campo Grande registrou, até esta segunda-feira (14), 368 denúncias enviadas nos mais diversos canais. Nos registros, superlotação, atrasos e irregularidades nos horários, e má conservação dos veículos lideram as reclamações.
Conforme o relatório parcial, os usuários relataram que os ônibus “frequentemente operam com capacidade excedida, dificultando o embarque e desembarque, especialmente nos horários de pico”.
Como exemplo, quem precisa utilizar a linha 080 (Jardim Seminário), enfrenta passageiros “pendurados nas portas”. Já na linha 109, a lotação faz com que não haja condição adequada de viagem. Veja abaixo outras 9 reclamações que lideram as denúncias.
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- Atrasos e Irregularidades nos Horários
Descrição: Ônibus não cumprem os horários previstos, gerando atrasos recorrentes para passageiros.
Exemplos:
Linha 520: Atrasos frequentes em horários de pico.
Linha 72: Ônibus reforço chega atrasado ou não aparece.
Impacto: Comprometimento da pontualidade no trabalho, escola e compromissos pessoais.
- Má Conservação dos Veículos
Descrição: Frota sucateada, com problemas como goteiras, bancos soltos, janelas quebradas e elevadores defeituosos.
Exemplos:
Ônibus da linha 070: Elevador para deficientes quebrado e motor fundido.
Linha 109: Chuva dentro do ônibus e veículos velhos.
Impacto: Falta de conforto, risco de acidentes e problemas de acessibilidade.
Descrição: Redução de linhas e frota insuficiente para atender à demanda.
Exemplos:
Bairros como Caiobá e Zé Pereira relatam retirada de linhas essenciais.
Linha 303 Bonança: Reforço matinal interrompido sem explicações.
Impacto: Longos intervalos entre os ônibus, aumento do tempo de espera e dificuldade de deslocamento.
- Descaso com Pessoas com Deficiência
Descrição: Falta de acessibilidade e respeito aos direitos de pessoas com deficiência.
Exemplos:
Elevadores quebrados impedem o embarque de cadeirantes.
Sinal sonoro para PCD falha frequentemente.
Impacto: Exclusão e dificuldade de acesso ao transporte público.
Descrição: Ausência de controle nos terminais e pontos de ônibus.
Exemplos:
Passageiros embarcam pela porta de desembarque, causando desorganização.
Fiscais negligenciam reclamações e permanecem inativos.
Impacto: Caos nos embarques e falta de respeito às regras.
- Altos Preços da Passagem
Descrição: Tarifa considerada cara em relação à qualidade do serviço prestado.
Exemplos:
Moradores criticam o valor de R$ 4,95 por um serviço precário.
Usuários relatam que o custo não condiz com a experiência oferecida.
Impacto: Insatisfação generalizada e percepção de injustiça.
- Condições Precárias nos Terminais
Descrição: Infraestrutura dos terminais está deteriorada, com banheiros sujos, falta de cobertura nos pontos e ausência de bebedouros.
Exemplos:
Terminal Nova Bahia: Goteiras e água quente nos bebedouros.
Terminal Bandeirantes: Descrito como “chiqueiro” pelos usuários.
Impacto*: Desconforto e exposição a condições inadequadas.
Descrição: Ônibus sem climatização, especialmente problemático em dias quentes e chuvosos.
Exemplos:
Linhas longas, como 109, não possuem ar-condicionado.
Passageiros relatam calor insuportável e falta de ventilação.
Impacto: Sofrimento físico e risco à saúde.
- Monopólio do Consórcio Guaicurus
Descrição: Críticas ao modelo de consórcio, que limita a concorrência e incentiva a má qualidade.
Exemplos:
Motoristas relatam pressão psicológica e excesso de carga horária.
Frota sucateada e superfaturamento em notas fiscais.
Impacto: Serviço ineficiente e falta de melhorias significativas.
Ainda de acordo com o relatório divulgado pela comissão, as reclamações “ evidenciam um sistema de transporte público em crise, marcado por superlotação, atrasos, má conservação e descaso com os usuários. A população clama por medidas urgentes, incluindo renovação da frota, ampliação das linhas, fiscalização efetiva e maior transparência na gestão. A situação atual é vista como insustentável e prejudicial à qualidade de vida dos moradores de Campo Grande”, afirma.
Canais de denúncia
Foram disponibilizados pela CPI cinco canais de denúncia, para que a população possa formalizar as reclamações pertinentes ao transporte coletivo na Capital. Dos 368 registros, a maioria foi realizada por aplicativo de mensagens.
- 307 denúncias via WhatsApp;
- 32 formulários preenchidos
- 26 e-mail enviados;
- 2 ligações telefônicas
- 1 denúncia realizada de forma presencial.
A denúncia pode ser feita pelo telefone (67) 3316-1514; pelo e-mail cpidotransporte@camara.gov.br; e pelo formulário clicando aqui.